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Mundo Contábil x Mundo Gerencial

Você sabia que existem estes dois ‘mundos’? Quais são as diferenças entre eles? Quais são seus clientes?

Se você faz parte do mundo corporativo, provavelmente já ouviu falar sobre tributos, demonstrativos de resultado, CAPEX e OPEX, custos e despesas e, principalmente, da contabilidade. A contabilidade tem por principal objetivo realizar a correta representação do patrimônio de uma empresa e, por consequência, aferir quanto sua empresa deverá pagar de imposto.

Tendo em vista o caráter obrigatório da contabilidade, ficam algumas questões: pode uma empresa ter resultados positivos na contabilidade e estar à beira da falência? Podem os demonstrativos contábeis me indicarem um resultado ruim e minha empresa estar muito bem?

A resposta é SIM.

Adicionalmente, surgem algumas questões gerenciais: será que as informações dos demonstrativos contábeis ajudam a gerir o meu negócio? Fornecem subsídio para a tomada de decisão?  Mostram qual produto é mais rentável? Um balanço positivo significa que a minha empresa é sustentável financeiramente a médio e longo prazo?

Infelizmente, a resposta é NÃO!

Como conclusão, podemos dizer que a contabilidade, apesar de possuir um objetivo nobre de auxiliar nas questões tributárias e trabalhistas da empresa dado que é compulsória e exigida pelo governo, não consegue diagnosticar se estou gerindo meu negócio e produtos de forma eficiente, vendendo a um bom preço, etc. Tal fenômeno é exatamente o que vemos no cotidiano de muitas organizações: a contabilidade não gera informações para tomadas de decisões gerenciais.

Diante disso, torna-se evidente que para entender o negócio, saber o resultado de cada venda, entender as ineficiências, identificar pontos a serem otimizados, é preciso um sistema estruturado de informações gerenciais diferente do contábil, que atenda às necessidades e particularidades específicas de cada negócio.

SISTEMAS GERENCIAIS DE CUSTOS

Os sistemas gerenciais de custos funcionam como um centro processador de informações que recebe diversas informações (financeiras, econômicas e operacionais), organiza-as e analisa-as gerando informações destinadas ao processo de tomada de decisão nas empresas. Alguns dos benefícios dos sistemas gerenciais de custos são:

  • A definição da rentabilidade de produtos/serviços/clientes;
  • Simulações de resultado;
  • Avaliação do impacto de um item de custo no resultado final;
  • Taxa de ocupação x custo dos produtos;
  • Sistematização da empresa;

Diferentemente da contabilidade, a qual deve seguir normas rígidas pré-estabelecidas por terceiros, os sistemas de custeio são moldados a partir das perguntas feitas pelas próprias empresas. Um bom sistema de custeio ajuda a responder as perguntas e, ao longo da sua utilização, a formular novas, como por exemplo: “Vale a pena eu investir neste novo produto?”, “Quanto eu tenho de vender para atingir minha meta?”.

Uma mesma empresa pode ter mais de um sistema de custeio para diferentes objetivos. Apesar de ser uma leitura gerencial do resultado, os sistemas gerencias de custos utilizam algumas informações contábeis como entrada. Além destas bases, diversas outras bases de dados são utilizadas (informações operacionais, depreciação gerencial, etc.). A partir destas informações e dos objetivos traçados, o sistema de custeio é desenvolvido.

O sistema gerencial é muito mais sensível à operação da empresa. Na prática, precificação, determinação de resultado por competência, análises de viabilidade, mensuração de perdas, identificação de custos a serem reduzidos entre outras, são informações que são determinadas através do sistema gerencial de custos.

 

Rafael Fontoura Andriotti

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