A falta de planejamento e de organização financeira causa um forte impacto na vida dos empresários. Grande parte do problema está relacionada à dificuldade de separar despesas pessoais das contas da empresa.
Da mesma forma que uma pessoa não consegue organizar as contas domésticas e cumprir com o pagamento das obrigações dentro do prazo de vencimentos, isso pode acontecer na empresa. Os sócios podem não ter controle para onde vai o dinheiro que entra no caixa.
Mas será que o mesmo dinheiro usado para pagar o salário dos colaboradores também deve ser utilizado para pagar o cartão de crédito pessoal do sócio?
Esse é um problema crônico em muitas organizações empresariais. Por isso, criamos este artigo com dicas para ajudar você a organizar a gestão financeira de uma empresa. Tudo isso de uma forma simples e prática para separar as despesas e estabelecer rotinas que vão permitir o desenvolvimento do negócio. Acompanhe!
Entenda a importância da organização
Antes de ter acesso às dicas práticas de como separar as contas do seu negócio das contas pessoais, é importante entender o principal pilar dessa estratégia: a organização.
A organização é o conceito que rege qualquer planejamento financeiro, seja ele pessoal seja profissional. Assim, quanto mais desorganizada for a gestão de uma empresa, menores serão as chances de sobrevivência.
Nesse sentido, organizar as finanças e separar as contas têm um impacto forte no planejamento de uma corporação, tendo em vista que a falta de organização mascara os resultados do negócio.
Ou seja, sem separar as contas, é impossível saber como está o desempenho. Além disso, é muito comum encontrar empresários que acreditam que os negócios vão bem, mas, ao primeiro sinal de dificuldade, não conseguem cobrir as dívidas do negócio.
Mas não é só esse o problema. Misturar os gastos também pode causar problemas na hora de prestar contas à Receita Federal no Imposto de Renda. Já pensou o problema que você pode ter com o Fisco caso declare informações incorretas? Se não separar as contas pessoais das contas da empresa, as chances de isso acontecer são muito altas.
Entretanto, é possível mudar esse cenário. Por isso separamos neste artigo algumas dicas práticas que vão ajudar você a dar início a um processo de organização das suas finanças pessoais e empresariais.
Abra uma conta específica para a empresa
O primeiro passo para efetivamente fazer uma separação das finanças da empresa e das suas finanças pessoais é manter contas bancárias separadas.
Se você levar essa tática a sério, usar o seu cartão corporativo exclusivamente para necessidades do negócio e direcionar o seu cartão de crédito apenas para as contas pessoais, será possível ter uma imagem bem clara da realidade dos seus negócios.
Se houver necessidade de utilizar a renda pessoal para cobrir necessidades da empresa ou vice-versa, será um sinal claro de que existe alguma falha no gerenciamento financeiro da sua organização.
O conceito de abrir contas separadas é: não use dinheiro do seu negócio para cobrir contas pessoais nem uma quantia pessoal para cobrir gastos com a empresa. Esse tipo de situação atrapalha a organização financeira e mascara possíveis problemas.
Faça um orçamento empresarial
O orçamento empresarial é o mecanismo pelo qual o gestor estabelece as metas e objetivos financeiros da organização. Ele também permite o acompanhamento dos resultados e a tomada de ações preventivas e corretivas caso se faça necessário.
Essa avaliação faz com que o gestor conheça melhor a empresa e tenha uma visão mais concreta dos problemas ocasionados para o negócio, no caso de não haver a separação das contas pessoais e da empresa.
Além disso, o orçamento possibilita a elaboração de um planejamento de investimento e dá mais autonomia e segurança para o gestor na tomada de decisões.
Assim como deve haver esse controle empresarial, também é indicado que o empresário tenha um orçamento pessoal em separado. A ideia é usar a mesma estratégia para a organização das finanças de casa.
Estabeleça as retiradas mensais
O lucro da empresa não é do empresário. É necessário ter clareza com relação isso. A renda da pessoa jurídica deve ser utilizada para pagar as despesas, realizar novos investimentos e também para fazer reserva de capital de giro. Ela não pode ser usada de forma livre para cobrir despesas aleatórias do sócio.
Dessa forma, o recomendado é estabelecer um valor mensal de retirada, que pode ser tanto o pró-labore quanto a distribuição de lucros. A escolha vai depender da sua estratégia financeira e tributária e das orientações do seu contador.
O importante é ter em mente que o sócio receberá um “salário” mensal e esse será o valor da receita pessoal. Esse montante deve ser usado para o planejamento e a gestão financeira pessoal.
Separe as despesas pessoais das empresariais
Parece uma recomendação óbvia, mas muitos empresários nas rotinas de trabalho têm dificuldade para separar a vida pessoal da profissional. Por exemplo, é comum o indivíduo usar o carro da empresa para compromissos pessoais.
Se o veículo é da organização, a disponibilidade e todos os custos relacionados a ele devem ser incluídos nas contas da empresa. Se o carro for seu, a mesma regra deve ser levada em conta.
Isso vale para todas as despesas. Por mais que pareça evidente, os empresários têm muita dificuldade em fazer essa separação. Isso acaba por impactar as finanças da empresa e dificulta a identificação de possíveis problemas ou oportunidades no futuro.
Não é fácil colocar em prática essa ideia, pois muitos sócios “resolvem os problemas” com adiantamentos de distribuição de lucros. No entanto, estrategicamente, essa medida não é adequada para o planejamento financeiro e o futuro da organização empresarial.
Uma empresa só consegue crescer quando ela alcança uma excelente gestão, calcada em boas práticas financeiras e com um excelente controle do fluxo de caixa. Além disso, deve seguir à risca a orientação de separar despesas pessoais das contas da empresa.
Agora que você já sabe a importância de não misturar as contas, que tal aprofundar o seu conhecimento um pouco mais? Veja aqui como um diagnóstico financeiro é importante para o seu negócio.