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Ciclo operacional e ciclo financeiro: entenda a importância de cada um

Muitas vezes, pequenas e médias empresas acabam fracassando por não darem a devida atenção às finanças desde o início de suas atividades. Pode acontecer de que se tenha a sensação de que o negócio vai bem por se apurar um bom faturamento, mas isso não se refletir no saldo de caixa. Entender a respeito do ciclo operacional e ciclo financeiro é fundamental para ajudar neste processo.

Pensando nisso, no artigo de hoje você poderá conhecer melhor sobre estes conceitos e ficar por dentro da importância que eles têm na gestão de um empreendimento. Continue a leitura!

O que é o ciclo operacional?

Para calcular o ciclo operacional de uma empresa, precisamos monitorar a data em que foram adquiridas as matérias-primas e demais insumos produtivos, e o consequente período em que ficaram em estoque até serem transformados em produtos acabados e posteriormente vendidos, até o prazo final de recebimento por essas vendas.

Podemos também nos referir ao ciclo operacional como sendo a soma entre o PME (Prazo Médio de Estocagem) e o PMR (Prazo Médio de Recebimento).

CO = PME + PMR

O ciclo operacional oferece uma visão sobre a eficiência de uma empresa. Quanto mais curto for esse período, maior a possibilidade de o negócio ser eficiente, bem-sucedido e menor a necessidade de capital de giro. Demonstra-se que o empreendimento tem a capacidade de recuperar seus investimentos rapidamente e possui dinheiro suficiente para cumprir com as suas obrigações.

Quando o ciclo operacional é longo, indica um tempo maior para uma empresa transformar suas compras de estoque em dinheiro. Normalmente, os esforços que visam reduzir este ciclo podem seguir em duas direções não excludentes.

A primeira diz respeito a melhorar o tempo de processamento e venda do estoque, trabalhando na questão da produtividade e da parte comercial. E a segunda refere-se a conseguir antecipar os recebíveis, diminuindo, por exemplo, as vendas a crédito.

O que é o ciclo financeiro?

Também chamado de ciclo de caixa, o ciclo financeiro leva em consideração as saídas de capital da empresa, sendo calculado, ao introduzir na conta, o período que se leva para pagar aos fornecedores.

A fórmula do ciclo financeiro leva em conta o ciclo operacional subtraído do PMP (Prazo Médio de Pagamento).

CF = CO – PMP

A compreensão do ciclo financeiro é muito importante para o negócio. Enquanto o ciclo operacional fornece a medida do poder da empresa de transformar insumos em produtos, vendê-los, e depois receber por isso, quando falamos da saúde do caixa é imprescindível levar em consideração a questão do dinheiro que é retirado.

Se uma empresa demora muito para processar as vendas e para contar com o dinheiro dessas operações efetivamente em seu caixa, mas precisa pagar seus fornecedores em prazos muito curtos, ela pode ter sérios problemas em seu capital de giro. É bem provável que terá que recorrer a recursos dos sócios ou mesmo a empréstimos bancários para manter suas atividades.

Em outras palavras, as ações do empreendedor devem ser sempre no sentido de diminuir o ciclo financeiro. Quanto menor for o PME e o PMR, e maior for o PMP, melhor para o negócio. E isso deve ser inclusive colocado como meta. Há empresas com alto poder de barganha e com ótima capacidade de execução de seus processos que até mesmo conseguem trabalhar com ciclos financeiros negativos.

Quando isso acontece, significa que o tempo que ela leva para produzir, vender e receber de seus clientes é menor do que o tempo que ela tem para pagar aos seus fornecedores.

O que fazer para buscar o equilíbrio?

Em diversas situações, o pequeno e médio empresário se vê perdido no que diz respeito à gestão das finanças de seu negócio. Principalmente, no começo das atividades, há uma vontade grande de vender para conquistar o público, e é comum observar que algumas decisões são tomadas sem que seja feita uma melhor avaliação do cenário.

Além de pontos relacionados às próprias margens de lucro, que podem ser prejudicadas ao se oferecer descontos no preço de venda ou de assumir certos gastos como em marketing e logística antes de verificar o impacto desse tipo de ação das contas da empresa, quando pensamos no fluxo de caixa, é muito importante ter em mente que qualquer escolha pode comprometer a sustentabilidade do negócio.

Quando se opta por aceitar que seus clientes paguem por suas compras em prazos mais dilatados, é preciso saber o que isso irá acarretar nas finanças da empresa. Afinal, nem sempre será possível empurrar as contas a pagar na mesma proporção que esses recebimentos.

A importância do capital de giro

capital de giro pode ser entendido como um dinheiro que a empresa tem em seu caixa para financiar suas operações. É esse montante que será gasto para comprar matérias-primas e para pagar os custos e despesas do dia a dia até que entrem recursos vindos das vendas efetuadas aos clientes. No início, é obtido por meio dos investimentos de sócios ou financiamentos junto a instituições que oferecem soluções com taxas de juros mais interessantes.

Quando o empreendimento não tem capital de giro suficiente para bancar suas operações, pode ter que recorrer a empréstimos bancários ou à antecipação de recebíveis junto aos cartões de crédito, pagando altas taxas por isso. Nesse sentido, pode ser melhor oferecer uma condição mais razoável para que o cliente pague à vista. Um pequeno desconto no preço de venda pode ser mais vantajoso do que atrasar as obrigações e ter que recorrer a essas alternativas de alto custo.

Pensando nisso, uma boa prática que pode ser adotada é a de sempre tentar negociar melhores prazos para pagar pelos insumos e demais componentes de produção adquiridos junto aos fornecedores. Quando isso acontece, você pode trabalhar com mais tranquilidade em seus processos de transformação e de recebimento, diminuindo a sua necessidade de capital de giro.

Por isso, ressaltamos que o entendimento do ciclo operacional e do ciclo financeiro é tão importante, podendo inclusive ser decisivo para o sucesso do seu negócio. Quando um empreendedor abre suas portas e começa a vender seus produtos, sem ter em mente a relevância desses conceitos, fica sujeito ao acaso e muitas vezes nem sabe quais foram as razões pelas quais sua empresa não deu certo.

Dando continuidade ao assunto, acesse agora um guia completo para gestão de custos em pequenas e médias empresas, que também pode te ajudar a trabalhar com as finanças de uma maneira mais estratégica!

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